Ora bem, tal como eu tinha prometido, por entre suspiros e dramas existenciais, cá está o filme desta semana.
Chama-se Requiem for a Dream, é do ano 2000 e, surpreendentemente, só o consegui ver o fim-de-semana passado. Há anos que ouço falar nele! Está, em todo o lado, mencionado como um dos melhores filmes de sempre e era, para mim, tão importante vê-lo que até o inclui na listinha de tarefas aqui do lado direito do blog.
De uma forma muito geral, a história, do realizador Darren Aronofsky, retrata a vida de quatro pessoas (interpretadas por Ellen Burstyn, Jennifer Connelly, Jared Leto e Marlon Wayans), que, de um modo ou de outro, se vêem aprisionadas no mundo da droga e impossibilitadas de conseguir escapar, acabam por sucumbir à crueldade da realidade.
A minha opinião sobre o filme é bastante positiva. É perturbador, chocante e até hoje, para mim, o melhor a retratar a realidade deste mundo de ilusões e desilusões.
Está bastante bem estruturado e passa pelos três processos principais que incluem, primeiramente, o desejo normal e comum das personagens por uma vida feliz e a simplicidade (a destacar) dos sonhos e anseios eminentes ao mesmo, depois todo o processo do vício, bem como a luta por alimentá-lo e finalmente, a ruína inevitável.
Todo o drama de, aproximadamente, 102 minutos é dotado de cenas extremamente curtas, algumas delas intensas e electrizantes que alternam com outras mais calmas e ainda duas ou três que são recorrentes e frequentemente repetidas, provavelmente com o objectivo de enfatizar a mensagem. Tudo isso a juntar a uma banda sonora, da autoria de Clint Mansell, de cortar a respiração, são os ingredientes perfeitos para uma obra bem sucedida.
Relativamente às interpretações, parece-me que até mesmo Jared Leto, pouco experiente na época, conseguiu estar à altura do trabalho que lhe foi incumbido, mas o destaque vai mesmo para a interpretação de Ellen Burstyn e todas as emoções de desespero, confusão, sofrimento, frenesim e, até mesmo, alucinação que conseguiu transmitir na perfeição e que lhe valeram a nomeação para o Óscar de melhor actriz (que, btw, devia ter ganho!) e também para o Globo de Ouro de melhor actriz na categoria "drama".
Este é um filme obrigatório e penso que o único "senão", para mim particularmente, foi ter, por esta altura, quatro anos de curso de Psicologia e estar mais do que habituada a estudar tudo aquilo que se relaciona aos vícios e às drogas. Não foi uma novidade e não conseguiu, como outros filmes, pôr-me a olhar para o vazio na primeira meia hora após o final. As minhas expectivas eram também, provavelmente, demasiado altas e portanto, para me cativar e convencer teria de ser algo "tchanan", mas seja como for, não fiquei desiludida e não foi, DE TODO, tempo mal utilizado, muito pelo contrário!Deixo aqui o link do youtube (já que o blog não me deixa transferir o vídeo) com as cenas finais do filme que, a meu ver estão genialmente pensadas e conferem sentido a tudo que se passou antes e à mensagem que toda a história pretende transmitir:
http://www.youtube.com/watch?v=uuzNohk5cYw
Carolina Rocha
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